Já há muitos anos leio e estudo os princípios da
auto-ajuda. E desde que comecei esta
prática e conseqüentemente, a expô-la aos meus amigos e colegas, sempre escutei
manifestações como: eu não gosto de auto-ajuda, não acredito nessas coisas,
auto-ajuda é decadência. Já na primeira reclamação, esses comentários me
aborreciam e logo mudava de assunto. Porém, me indagando veio a questão: Por que ter essa repulsa em relação ao
gênero literário da auto-ajuda e suas práticas afins?
O primeiro pensamento que me veio à mente é de que as
pessoas querem se mostrar sempre no seu melhor estado para as outras, e poderia
ser uma manifestação de orgulho, negar a necessidade de ajudar a si mesmo
perante os problemas, afinal as pessoas quase não os tem, não é?
Mesmo que também possa ser apenas uma questão de
preferência, de gostos, existe mais um elemento que parece afastar as pessoas
desse movimento. Seria a mentalidade de que a auto-ajuda é algo passivo, feito
para pessoas ingênuas que precisam acreditar na mentira de que é possível
realizar todos seus sonhos. Em relação a realizar seus sonhos, podem-se gerar
interpretações e caminhos diversos. Agora em relação ao caráter passivo da
auto-ajuda, só quem não lê, ou não leva a sério sua leitura, vai acreditar
nesta visão.
A auto-ajuda sim, antes de tudo, fica na teoria, de que o
ser humano é luz profunda e que nossa sociedade nos faz acreditar no ruim.
Também elenca depoimentos de diversas pessoas, geralmente estadunidenses
(muitas vezes os próprios autores), que deram certo na vida – prosperidade,
sucesso na carreira, amor e saúde. Exemplos de pessoas bem-sucedidas de outro
país e contexto, muitas vezes, nos fazem duvidar da eficácia desse movimento.
Só que a auto-ajuda expõe milhares de práticas que devemos
adotar, para mudar nosso perfil de ser humano enlatado dentro de um mundo
conformista para um pássaro com asas gigantes, fortes e que sabe aonde quer
chegar.
Assim aparece o primeiro muro, o primeiro desafio difícil de
ser quebrado. Como transformar essa vontade de sair da zona de conforto, da
estagnação, em algo real?
Muitas pessoas buscam ler livros de auto-ajuda achando que só
fazendo a leitura, a mudança vai ocorrer naturalmente. A leitura, de fato, é o
primeiro e o mais fácil passo de realizar. Mas a grande chave para mudar a si
mesmo é transformar os conceitos estudados na auto-ajuda em prática constante.
Para que isso ocorra, é necessário romper a bolha na qual as pessoas
vivem. E isso implica enfrentar o medo.
Medo de ser diferente, de falhar ou de suceder na vida, de aparecer perante a
sociedade, entre muitos outros.
Enfrentar
o medo é a grande chave para mudar a nossa realidade estagnada. Por isso
que muita gente detesta a auto-ajuda, porque ela induz a pessoa a enfrentar
seus problemas, ensina ela a ser exigente com a vida que se quer levar.
Um dos grandes princípios desse movimento é o de ser 100%
responsável pela própria vida. Como alguém
que sempre foi acostumado a colocar a culpa de sua desgraça em outra pessoa
vai, de uma hora para a outra, assumir a culpa por todas as coisas que deram
errado na sua vida? Ou, como alguém brilhante que nunca reconheceu suas
vitórias, devido a uma educação repressora, vai começar a se apreciar?
Essas questões nos ajudam a refletir sobre o caráter complexo e
intenso da auto-ajuda. Seus simples conselhos não envolvem mudar um ato básico,
mas sim a lidar com toda a nossa educação, traumas, sonhos e na própria visão
de mundo.
As pessoas que decidem não apenas ler, mas mergulhar na
experiência de se ajudar precisam de muita coragem, não apenas para agir fora
da zona de conforto, mas para perceber coisas sobre si mesmo, nunca antes
notadas. Esse ato, por mais duro que seja, tem um destino certeiro: a mudança. A mudança também gera medo. Mas porque
vamos temer algo que estamos procurando?
Porque a nossa sociedade, muitas vezes, nos ensina que o bom é ter
uma vida estável, sem muitas mudanças ou intensidade. Porém não é isso que o
nosso ser busca. A própria procura por felicidade e plenitude é uma contradição
a este dado.
Por isso, a próxima vez que decidir odiar auto-ajuda, pense
porque o faz. Será que é porque não precisa ou porque não tem o ânimo ou
vontade de se ajudar?
DICA DE LIVROS BONS DE AUTO-AJUDA:
HILL, Napoleon. A lei do triunfo.
CANFIELD, Jack. Os princípios do sucesso.
HAY, Louise. Você pode curar sua vida
Se a sua vida não está como você gostaria, busque a auto-ajuda e tenha coragem de aplicá-la na sua vida. Por mais difícil que possa parecer, uma coisa posso garantir: ela não será mais a mesma. Leva um bom tempo para conseguirmos aplicá-la, pois demanda uma grande mudança dos hábitos. Tenha paciência! Se instaurar um hábito leva 21 dias, imagina mudar uns 10 hábitos que te colocam para baixo!
Pouco a pouco, você irá perceber que você está mudando! E mudar jamais implica modificar sua essência, mas moldá-la de acordo com seus sonhos. Então lembre-se, a auto-ajuda não funciona se você não se ajudar! Então, mãos à obra!